Este texto constitui um fichamento realizado por mim para avaliação (parcial) na disciplina de: Metodologia da Pesquisa I. Curso: História, Sociedade e Cultura - Latu Sensu - PUC-SP.Outubro de 2008.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & História Cultural. Coleção “História... Reflexões”. Editora Autentica. Capitulo V: Correntes, campos temáticos e fontes: uma aventura da História, pp. 69 -98.
Com novas fontes, universos temáticos e correntes historiográficas, a História Cultural apresenta-se como uma renovação contemporânea da historiografia. No texto: Correntes, campos temáticos e fontes: uma aventura da História podemos der de forma sistemática, aspectos significantes da História cultural. Esses aspectos (correntes, campos temáticos e fontes) são:
1 – Texto (escrita e leitura): construção da história a partir da analise de textos, de forma diferenciada dos paradigmas positivista, essa novas analises tentam atingir valores, aspirações, modelos, ambições e temores de indivíduos do período em que foi produzido o texto.
2 – Micro-história: com Carlo Ginzburg e Giovanni Levi como seus grandes expoentes, esta corrente historiográfica tem como objetivo partir do micro para iluminar o macro. Reduz a escala de análise explorando intensivamente um objeto de recorte limitado. Porem, alguns críticos apontam para um possível excesso interpretativo, uma super interpretação que pode levar para além do admissível. .
3 – Nova História Política ou História Cultural do Político: uma releitura do político pelo social, explorando o imaginário do poder, eficácia simbólica de ritos e imagens, mitos e crenças que levam homens a acreditarem em outros homens. Procura analisar também os meios de comunicação a serviço de entidades partidárias que utilizam imagens computadorizadas para representar uma suposta realidade. Dentro dessa corrente historiográfica que estuda as questões políticas, procura-se realizar um afastamento dos antigos paradigmas positivistas.
4 – A cidade apresenta-se como um dos Campos Temáticos com uma ampla produção já existente sobre esse tema, as discussões pautam-se em diversos aspectos relacionados a cidade, como por exemplo o imaginário urbano que se desdobra em estudos que buscam analisar as formas como as cidades são pensadas urbanisticamente, socialmente, higienicamente entre outras.
5 – História e Literatura: a relação entre essas duas áreas do conhecimento apresenta-se de forma expressiva dentro de História Cultural, compondo outro campo temático de estudo. Visando analisar aproximações e distanciamentos, a História cultural busca a literatura como uma fonte documental para se entender medos, sonhos, preconceitos, valores, formas de pensamentos de mundo de si próprias de pessoas do período em que o texto literário foi escrito. Para esse estudo é necessário a analise dos autores considerados mestres nessa arte como os mais medíocres, pois grupos sociais diferentes possuíam leituras também diferentes.
6 – As imagens também representam um outro campo de estudo da História Cultural. Esse tipo de documento vem sendo utilizado muito recentemente de forma mais abrangente pelos historiadores. Tendo o real como referencia, as imagens possuem grande teor de representação estabelecendo uma mediação entre o espectador e o produtor. Muitos questionamentos sobre a veracidade da imagem vêm sendo feitos pelos estudiosos da história, outra questão bastante discutida é sobre qual representação possui uma força maior, o texto ou a imagem. Tanto nas imagens como nos textos literários deve-se analisar como uma época é retratada, quais os sentimentos tentam ser transmitidos, quais os sonhos e fantasias de um tempo dado, ou quais os valores dado pelo produtor da obra.
7 – As identidades constituem um outro campo de pesquisa da História Cultural. Construção imaginaria, a identidade que também é uma representação social produz coesão social, permitindo uma identificação de uma parte com um todo, do individuo frente a coletividade. Representadas em uma multiplicidade de recortes (raciais, religiosas, étnicas, entre outras) a identidade surge como algo positivo na qual um indivíduo possa se considerar com pertencente.
8 – Mais um campo de pesquisa é a História do Tempo Presente nesta, o historiador é testemunha ocular, pois ele analisa acontecimentos que ainda estão ocorrendo e que não se conhece seu fim. Esta história em curso comporta riscos devido ao possível envolvimento do historiador com o fato em questão. Movimentos sociais e política contemporânea são alguns dos assuntos estudados por este campo da História Cultural.
9 – Memória e Historiografia. Discutindo escrita da história relacionada com a memória, ela investiga a memória mneme, que diz respeito a presença involuntária de imagens do passado no espírito e investiga também a memória anamnese memória esta que procura recuperar, de forma voluntária, alguma coisa que ocorreu no passado. As transformações ocorridas com os indivíduos no período do acontecimento e da lembrança juntamente com o esquecimento são questões também abordadas por quem trabalha no campo da Memória e Historiografia.
10 - Por fim algumas considerações sobre as fontes são levantadas pela autora, como a questão das fontes tradicionais sofrerem novas leituras, o fato de tudo se tornar fonte ou documento para a história, documentação oficial e não-oficial e a questão das imagens para o estudo da história. Porem, toda essa multiplicidade dependem do historiador para revelarem sentido, caso contrario são apenas traços do passado, material velho que nada de expressivo podem revelar.
domingo, 19 de julho de 2009
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Rafael, muito interessante seu trabalho, geralmente reflito muito sobre as diferentes interpretações da história, os jogos de poder e a ideologia incluída nos livros, aquela coisa bem marxista que, com o tempo, vamos percebendo e tornando cada vez mais claro os interesses.. gosto muito de ler história, em especial antropologia, me parece que a antropologia se aproxima mais da realidade vivenciada, mas nao sou muito estudado nisso, é só um pensamento..
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